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20.05.2025 09:39 PM
EUR/USD: Dólar fraco e euro indeciso

O par EUR/USD consolidou-se acima do nível de 1,1200, refletindo o enfraquecimento generalizado do dólar americano. O "ataque de baixa" observado na semana passada acabou fracassando: os vendedores não conseguiram sustentar o par nas faixas de 1,10 ou 1,11.

O principal fator por trás dessa dinâmica é a ausência de notícias animadoras sobre o progresso nas negociações comerciais entre os EUA e a China ou entre os EUA e a União Europeia. O vácuo de informações sobre as tratativas com a China, somado a vazamentos desanimadores sobre as difíceis conversas entre Washington e Bruxelas, tem alimentado a incerteza entre os investidores.

Mais uma vez, ressurgem preocupações no mercado sobre as perspectivas de recessão nos EUA. Apesar de uma trégua comercial estar em vigor, as tarifas — mesmo reduzidas — continuam sendo aplicadas e seguem exercendo um impacto negativo sobre a economia americana.

De acordo com economistas do JPMorgan, a probabilidade de uma recessão "permanece elevada, embora abaixo de 50%". Já os analistas do Bank of America estimam essa probabilidade em 35%, observando que "esse ainda é um risco considerável".

Fica evidente que, quanto mais tempo as tarifas recíprocas com a China permanecerem em vigor — mesmo que em sua forma atual mais branda —, maior será o risco de desaceleração da economia dos EUA, agravado por pressões inflacionárias crescentes.

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A "Reunião de Genebra" do último fim de semana, durante a qual autoridades de alto nível dos EUA e da China concordaram em continuar negociando, não resultou em avanços concretos, exceto por uma redução temporária nas tarifas. Além disso, ontem, um porta-voz do Ministério do Comércio da China acusou publicamente os EUA de violarem os acordos firmados durante essas negociações. A crítica foi motivada por um comunicado oficial da Casa Branca, afirmando que qualquer uso da inteligência artificial da Huawei em qualquer lugar do mundo viola os regulamentos de exportação dos EUA.

Essa troca de declarações contundentes indica que as partes ainda estão longe de um consenso — e sugere que o processo de negociação (que, de fato, ainda nem começou) será extremamente difícil e provavelmente demorado. Como referência, as primeiras tratativas da guerra comercial anterior duraram cerca de 18 meses.

Outras negociações significativas — sobretudo entre os EUA e a União Europeia — também estão estagnadas. Nesse caso, a retórica tem se tornado mais agressiva, tanto em declarações oficiais quanto por meio de vazamentos para a imprensa. Segundo fontes da Bloomberg, se um acordo não for alcançado até julho, a Casa Branca planeja elevar as tarifas dos atuais 10% "preferenciais" para 20%.

Enquanto isso, autoridades europeias têm adotado um tom firme, deixando claro que a UE não "capitulará" em uma guerra comercial, tampouco aceitará termos maximalistas ou vagamente comprometidos por parte dos EUA. Por exemplo, o Ministro do Comércio Exterior da Suécia, Johan Forssell, declarou que Bruxelas não aceitará as condições oferecidas anteriormente ao Reino Unido — que incluíam tarifas de 10% sobre todos os produtos, além de impostos setoriais.

Além disso, o Comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic, afirmou que o bloco também rejeitará exigências americanas relacionadas ao IVA e à regulamentação digital.

De acordo com uma autoridade europeia citada pelo Financial Times, o acordo firmado entre Washington e Londres não deve servir de modelo para Bruxelas. Caso os EUA insistam em suas exigências, as negociações provavelmente fracassarão. Nessa hipótese, a UE deverá implementar as contramedidas já aprovadas, que incluem tarifas sobre milhares de produtos americanos — como aeronaves, automóveis, autopeças, produtos químicos, eletrônicos, equipamentos médicos, vinhos e até peixes — totalizando 95 bilhões de euros.

Vale destacar que, no mês passado, a UE aprovou tarifas de 25% sobre US$ 21 bilhões em importações dos EUA (incluindo trigo, milho, roupas e motocicletas). Essas tarifas foram suspensas temporariamente por um período de carência de 90 dias, que se encerra em julho.

Em resumo, o prazo de julho se aproxima rapidamente, mas não há sinais de progresso nas negociações comerciais entre os EUA e a China, nem entre os EUA e a UE. Pelo contrário, as últimas declarações e vazamentos apontam que os acordos ainda estão distantes. Esse cenário continua pressionando o dólar: hoje, o índice DXY testou novamente o nível 99, marcando o segundo dia consecutivo de queda.

Para agravar ainda mais o quadro, a Moody's rebaixou a classificação de crédito dos EUA de AAA para AA1 — a primeira vez desde 1917. Além disso, a Moody's Ratings também rebaixou os ratings de depósitos de longo prazo de principais bancos americanos, incluindo Bank of America, JPMorgan Chase e Wells Fargo.

No entanto, mesmo em um ambiente fundamentalmente desfavorável para o dólar, os compradores do EUR/USD ainda têm pouco a comemorar.

O par avançou mais de 200 pontos nesta semana e agora se mantém na faixa de 1,12, mas ainda não conseguiu romper a resistência em 1,1280 — que corresponde ao limite superior das Bandas de Bollinger no gráfico H4 e à média das bandas no gráfico diário.

As posições de compra só ganham maior respaldo caso o par rompa essa barreira, o que abriria caminho para a faixa de 1,13. O próximo alvo de alta, caso o nível de 1,1280 seja superado, é 1,1350, correspondente à linha Kijun-sen no gráfico diário (D1).

Irina Manzenko,
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